A “DESORGANIZAÇÃO ORGANIZADA”…

Nós brasileiros costumamos reclamar muito. Não é mesmo?

Toda vez que estamos em uma competição que não segue os padrões dos torneios nacionais, “malhamos o pau”.

Para quem não sabe, as competições secundárias aqui nos USA, fogem bastante dos protocolos conhecidos por nós, tudo isso para acelerar o “ritmo” da competição.

Aqui, não existe “balizamento” ou “banco de controle”. Cada um deve saber qual sua prova, série e raia, e na hora que ela for ocorrer, você deve estar lá, em cima do bloco e pronto para competir. Ninguém lhe chama, e se você não estiver lá, a competição não pára, pelo contrário, segue normalmente.

Não existe programa de provas. Trinta minutos antes de cada prova, o balizamento é fixado no mural, então cada atleta ou treinador vai até lá e descobre qual sua série e raia e sabe que no momento certo deverá se fazer presente.

Cada largada de série ou de nova prova é feita com a série anterior ainda dentro da água, bem ágil.

O trânsito nas dependências da piscina é livre. Não existe muito rigor por parte da arbitragem. Você pode ficar no deck da piscina, na cabeceira de saída, ou oposta, livremente. Até passar na frente dos árbitros de partida, mesmo porque todo mundo obedece o momento da largada.

Por falar em arbitragem, existem poucos. Um em cada lado da piscina (acompanhando o percurso), um em cada raia na chegada (apenas para pressionar a “pêra” caso o placar falhe), um árbitro de partida e um árbitro geral. Não há árbitro de virada.

Nas provas de 1500 masculino e 800 feminino, é deixado um “kit plaquinha” para que um membro da equipe mostre quantas piscinas faltam para terminar a prova. Tudo por conta e risco do colega ou treinador. Se ninguém for lá, não existirá esse “artifício”. E se seu colega errar a contagem, problema seu.

Se tudo isso que eu relatei, acontecer no Brasil, o pessoal irá “xingar” um monte, dizendo que a competição é desorganizada. E muito provavelmente será. A verdade é que aqui, a desorganização funciona, e é BEM organizada.

Fica aqui uma lição para nós brasileiros “reclamões”.

UM ABRAÇO!

FISCHER.

About Eduardo Fischer

Eduardo Fischer é catarinense e natural de Joinville. Ex-Atleta Olímpico de natação da seleção brasileira e medalha de bronze no Mundial de Moscou, Fischer defendeu o país em dois Jogos Olímpicos (Sydney/2000 e Atenas/2004), 6 Campeonatos Mundiais e 1 Pan-Americano (Prata e Bronze). Bacharel em Direito e Advogado pela OAB/SC, Eduardo é especialista em Direito Empresarial pela PUC/PR e em Direito Tributário pela LFG/SP. Atualmente aposentado das piscinas, trabalha com Consultoria Tributária em um respeitado escritório de Advocacia (CMMR Advogados).

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